terça-feira, 2 de abril de 2013

Raja Singh Sitar Maker - Brasil - Fabricação de Instrumentos Indianos






O músico brasileiro Raja , além de tocar, se especializou em produzir instrumentos musicais indianos


Além de tocar instrumentos considerados inusitados para a maioria das pessoas, Raja Singh é luthier e se especializou em verdadeiros tesouros musicais da Índia. Sitar, dilruba, surbahar e tanpura são alguns dos instrumentos que são produzidos por ele em seu ateliê no Bairro Glória, em Belo Horizonte. Apesar de não ter nenhuma ligação familiar com a Índia – ele é brasileiro e adotou o nome Raja na India onde foi Iniciado no Sikhismo em 1996. Ele enveredou pelo ramo de fabricação dos instrumentos após um longo estudo a partir da modelagem em argila e depois no entalhe em madeira – o “sitar maker”, como também é chamado, sempre foi encantado com a música do Oriente Médio e do Leste Asiatico desde criança.
Depois de uma temporada indiana entre os anos de 1996-1998 fazendo comercio e peregrinações a lugares sagrados da India, voltou ao Brasil trabalhou com escultura em argila dos deuses indianos e depois decidiu se tornar artesão da música (luthier) a partir de 2004.

“Sou autodidata, porque aprendi a confeccionar sozinho os instrumentos. A matéria-prima é toda daqui de Belo Horizonte e faço tudo: lixando, serrando, colagens e polimento, trabalho a madeira. Levo cerca de 30 dias para produzir um único instrumento e tenho recebido muitos elogios e comentários, até mesmo de músicos experientes da musica classica da Índia (hindustani).” Ele conta que mesmo na Índia a fabricação de instrumentos tradicionais está acabando. “Eles têm optado muito pelos ocidentais, como guitarra, baixo e bateria”, revela Raja, que vai se dedicar em breve à produção do rudra veena. “Vai ser o meu grande desafio. Ele é o pai de todos instrumentos e é de extrema dificuldade para serem feitos”, afirma.

Surbahar - Instrumento criado por Ustad Enayat Khan, pai do famoso Sitarista Vilayat Khan, Este gigante é muitas vezes conhecido como baixo sitar, é um instrumento de cordas dedilhadas usado na música clássica indiana. É muito parecido com a sitar porem é bem maior e mais pesado, usado nas tradições musicais da Gharana de  Imdadkhani Gharana[5] ou Etawah Gharana e Também na tradição de Dhrupad , mas tem um tom mais encorpado, grave, e permite notas mais longas.

Dilruba- É um cruzamento do sitar com um instrumento mais antigo chamado sarangi. Do primeiro, herda o encordoamento e o braço (embora mais curto); e do segundo o ressonador. É tocado à semelhança de um violino, com um arco chamado gaz.

Sitar - Cordofone muito popular no Norte da Índia. Pode ter de três a sete cordas e é acompanhado muitas vezes pelas tablas (instrumento de percussão).

Tanpura - Instrumento de cordas dedilhadas da Índia, usado para manter zumbido constante. Feito de um Bojo grande em madeira escavada a formão, a partir do qual emerge um mastro de madeira. Tem quatro cordas, embora excepcionalmente existam tanpuras de cinco e seis cordas.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Instrumentos, Estilos e Influências da Musica Indiana.

Junto com o teatro e a dança, na Índia a musica é sem duvida a actividade mais importante. Presente em todo o tipo de actos, é tão importante socialmente que elimina qualquer discriminação por razão de sexo, classe social ou casta, etnia ou religião. Se o músico ou cantor, homem ou mulher, é bom profissionalmente, não importa que seja budista, muçulmano ou cristão. Nas gentes que trabalham no mundo da música, a sua ideologia política ou religiosa fica em muito último termo. O que importa é a sua arte, que prevalece sobre todo o demais. Mesmo se perdoa que um bom músico ou cantor mude de religião ou de grupo político.

Por outra parte, a arte musical Indiana decorre por caminhos muito diferentes aos de outras culturas. Tem distinta notaçom musical e os símbolos musicais som outros. Porque também os instrumentos musicais, sobre os quais hoje falo no meu artigo, som próprios da Índia. Som peculiares deste grande país e nom aparecem noutras culturas e menos em Ocidente, algum que outro como a flauta (Bansuri) ou o violino e o harmonium. A riqueza da música indiana e dos instrumentos com que se toca é impressionante. Mais ainda, se somarmos aos mesmos as múltiplas variedades instrumentais das culturas dos povos tribais, que aqui muito abundam, como os Santales, os das ilhas do Índico e os situados ao norte do Estado de Assam, já no limite com a China.

Seguindo a classificação ocidental habitual de instrumentos de percussão corda e sopro, encontramos no subcontinente indiano um bom número deles, dos quais, como é natural, fazemos uma escolha dos mais destacados e importantes. Num pequeno artigo seria impossível incluir todos e sempre ficaria no tinteiro algum. Eis a nossa listagem:

1. De percussão : O mais popular e conhecido é a Tabla, típico no norte do país e, mais em concreto, em toda a Bengala (oriental e ocidental). Aprender a tocar bem a tabla, igual que a maioria de instrumentos indianos, leva muitos anos de aprendizagem e treino. Também do norte da Índia é o Pakhawaj (o j deve pronunciar-se como lh ou y grego e o h sempre aspirado) e a Nakkara. No sul da Índia temos o Ghatam, o Mridangam, o Thavil e a Khanjira. No Estado de Kerala destacam a Edakka, a Chenda e o Mizhavu. Em Karnataka o Sambal, o Karadi e a Tala. Em Rajastham o Morchang, o Bhapang e o Khartal. Noutros estados e territórios, sem contar os das tribos, temos o Dimdi, o Dholak, o Badangshi, o Maam, o Pung, o Mandar de Bihar, o Dup de Andhra Prodesh, o Karadi Majalu e a Tayambaka.

2. De corda: Os mais famosos instrumentos indianos som os de corda, em que destacam os músicos mais virtuosos como o grande Robi Shonkor de Bengala. Na minha biblioteca particular de Ourense tenho em CD quase toda a sua obra e é um prazer escuitar as suas ragas tocadas com o Sitar. Este instrumento é, por isso, o mais conhecido. Ao escutá-lo, transmite paz e serenidade. Mas, pelos quatro cantos da Índia, encontram-se muitos outros instrumentos de corda também excelentes. Em Bengala destacam a Ektara, de uma corda, e a Doktara, de duas, que usam os músicos ambulantes chamados Bauls. Estám ainda o Sarod, a Vina, com as três variedades de Rudra, Pulhavam e Vichitra Vina, o Sarangui, o Santur, a Tampura, o Rabab, a Chikara, o Banam, o King, a Pena, o Sindih Sarangui, a Kamaicha, a Sarinda, a Ravanhatta, o Gottuvadyam e o Violino.

3. De sopro: Finalmente, de sopro convém destacar especialmente a Bansuri (flauta), da qual existem muitos músicos virtuosos indianos. Também o Sanai, espécie de pequena trompete, o Nagaswaram, o Sundari, a Mukhvina, o Narh, a Algoza, o Pavri, o Pungui, o Shankh, o Khangling, o Mashak, o Surnai, a Bankia, o Khung, o Bans, o Mohuri, o Kol, a Ransinga, o Harmonium e o Limbu. A destacar a presença também da gaita-de-foles indiana, instrumento muito antigo, que nos lembra o nosso nacional galego. E convém assim mesmo sublinhar que a música árabe, e também a persa, teve muita influência, na época dos mogóis, na música indiana.

VÁDYÁS ( OS INSTRUMENTOS )

Os vádyás instrumentos musicais da Índia são divididos em quatro categorias.

1. Tat vádya - instrumentos de corda: São aqueles instrumentos que produzem som através de vibrações das cordas. Estes instrumentos são divididos em outras duas categorias -

a. Tat vádya - Aqueles que são tocados com dedos, unhas ou mijráb. Por ex. viná, sitár, sarod, tánpúrá etc.

b. Atat vádya - Aqueles que são tocados com arco. Por ex. Sárangi, isráj, violino etc.

2. Sushir vádya - instrumentos de sopro: Aqueles que produzem som através de sopro ou pressão do ar. Por ex. flauta, hármonium, shahnái, bín.

3. Avanaddha Vádya - são os instrumentos de percussão que são revestidos de pele de animais como carneiro, crocodilo, veado, cobra. Por ex. mridang, tablá, dholak, dafali, khanjari, nagádá, damaroo, dhol etc.

4. Ghan vádya - Aqueles que produzem som através de batidas. Por ex. jal tarang, manjirá, jhánjh, kartál, ghantá tarang etc.

Desde os tempos remotos os instrumentos musicais e técnicas vocais passaram por uma evolução a partir de uma grande influência dos grandes músicos e mestres, tendo uma contribuição valiosa do povo.

A música sempre foi intimamente ligada à religião e principalmente nos sentimentos do povo, contudo não ficou considerado como uma disciplina acadêmica, porém como devoção e filosofia da vida. Por esta razão a música evoluiu ininterruptamente. Considerando-se a música como o âmago do indivíduo, as invasões culturais estrangeiras não obstruíram o caminho da evolução da música clássica.

A seguir apresentaremos uma descrição resumida e figurativa de alguns dos instrumentos musicais, demostrando os resultados dessa evolução.






terça-feira, 20 de abril de 2010

Sitar - Instrumento de cordas






















Sitar


O SITAR é um instrumento muito antigo tendo sua origem no Iran, antiga Pérsia e foi finalmente desenvolvido por Amir Khusru no Norte da Índia, ele reuniu as qualidades da Antiga Rudra Veena e o Setar persa construindo um instrumento bonito, leve e de otima sonoridade.


Além do Sitar, Amir também é o criador do Surbahar, é um tipo de Sitar maior e com timbre mais grave.















Surbahar


Também criou a Tabla, instrumento de percussão de 2 partes criado a partir do Pakawaj, antigo instrumento de percussão Indiano muito parecido com o Mridamgam.
Amir cerrou o Pakawaj em duas partes, vedou a partes abertas de baixo e colocou as tiras de couro, daí surgiu a Tabla.


















Tabla




Hazrat Amir Khusru nasceu próximo a Lahore, era musico e poeta Sufi e viveu durante o reinado do Sultão Mughal Allaudin Khilji por volta do ano 1300 DC. Figura marcante de seu tempo Amir influenciou fortemente a musical vocal e instrumental fundindo os estilos Arabe, Persa e Hindu, remodelando os Ragas antigos e criando o estilo que todos conhecem como Hindustan Sangeet , ou Música Clássica Hindustan.
Contribuiu enormemente para o desenvolvimento da música romantica Indiana conhecida com Ghazal.

























George Harrison e Ravi Shankar em 1966.

O Sitar tornou-se mundialmente conhecido através de Pandit Ravi Shankar que foi patrocinado por George Harrison, Integrante dos The Beatles e aluno de Ravi Shankar nos anos 60.



Raja Singh

Harmonium - Instrumento de Fole Duplo.






















Harmonium Criado por Alexandre Debain em 1842

















Harmonium (Vaja) adaptado aos modos Indianos.



O Harmonium é um instrumento de teclas e fole duplo de origem Europeia,
foi criado por um Francês, Alexandre Debain em 1842.
Sendo introduzido na Índia na época da Colonização Inglesa.

Os Harmoniuns foram instalados a principio nas Igrejas e comunidades cristãs e possuíam pedal para bombear o fole.
Com o tempo o som daquele instrumento ganhou o gosto dos nativos e foram adaptados com foles manuais e seu tamanho foi reduzido para adaptar-se ao costume nativo de tocar e cantar sentado ao chão.

O modelo criado inicialmente é praticamente extinto e o modelo Indiano tomou seu lugar sendo usado até os dias atuais em Música Clássica Hindustani, Hindu Bhajans, Ghazals, Sufi Qwwalis e Shabad Gurbani Sikh.

Raja Sitarmaker 




Mridangam ou Mridang - Percussão




O MRIDANGAM ou MRIDANG é um instrumento tipico do Sul da India, mas precisamente do Estado de Kerala e Karnataka.









O Mridangam tem corpo feito em madeira torneada e oca , os couros das cabeças seguem o mesmo principio do KHOL e tablas sendo também em couro de cabra, um lado menosr ( Daya ) e outro maior (Bayan) porém o timbre do Mridangam é mais seco, médio grave e de toques mais rápidos, precisos e variados. Existem também corpos desse instrumento feitos tradicionalmente em Cerâmica .

É o instrumento principal na musica Carnatica e da dança Sul-Indiana
conhecida por Bharat Natyam.

O aprendizado desse instrumento é demorado e exige-se a presença de um bom professor (Guru).

Raja 


Kartal - Espécie de pandeirola de madeira.




O KARTAL OU KARTALA são dois pedaços de madeira entalhados e com pequenos pares de discos metálicos no interior das perfurações ao longo do instrumento.

Toca-se o Kartal segurando o par entre o polegar na perfuração menor e os 4 dedos da mesma mão na perfuração maior. Os movimentos são aleatorios dando efeitos diversos .

É um instrumento percussivo de louvor muito antigo sendo atribuído ao Semi-Deus Macaco Hanuman, Herói da Clássica epopéia Hindu do Ramayana.

Seu uso é feito em Bhajans e Kirtans hindus.
O Kartal é também usado na música Sikh e Sufi , pois inspira alegria contagiante aos devotos.


MAZIRA, Címbalos Percussivos.
















O MAZIRA , é um instrumento percussivo de origem Egípcia e foi introduzido a cultura musical Indiana no Século 14 , durante o império Islâmico Mongol da Índia.

O Mazira é imprescindível na marcação do ritmo e a pessoa que o toca tem que ser hábil e conhecedora dos diversos tipos de toques.

Seu uso deve ser comedido pois tem um som bastante estridente podendo causar problemas de perda da sensibilidade auditiva em freqüências médias e altas quando usados em excesso. 

Durante um Bhajan (musica contemplativa Hindu) deve-se usar apenas um de tamanho pequeno.
No Kirtan (Louvor dançante) deve-se usar no maximo 2 de tamanho médio.

O mazira também é usado na musica Sufi Qwwali , Budista Tibetana, Sikh,
 musicas folclóricas, devocionais e semi-clássicas.

Raja Sitarmaker

KHOL - INSTRUMENTO DE PERCUSSÃO DA BENGALA
















khol ( bengali : খোল , assamês : খোল ) também conhecido como mrdanga na língua de Odia ("mrit + anga" = "membro de argila") ou mridôngo ( bengali : মৃদঙ্গ ) não deve ser confundido com mridangam Um tambor de terracota ou madeira de dois lados usado no norte e leste da Índia para acompanhamento com música devocional ( bhakti ). Tem origem nos estados indianos de Bengala Ocidental, Assam e Manipur . 
O tambor é tocado com palmas e dedos das duas mãos.

O Khol foi criado por artesãos bengalis do século 18 a partir do Mridang que é citado nos poemas religiosos dos santos bengalis . O Mridang original era maior e mais pesado sendo dificil de transportar e sua afinação era muito baixa com pouco volume de som. O Khol pode ser afinado em tons mais altos e seu som tem maior propagação em frequencias agudo e médio grave.
Todos os instrumentos de percussão indianos inicialmente tinham seus corpos feitos em cerâmica de terracota. Há tablas feitas em cerâmica muito usadas por músicos de origem humilde ou tradicionais.  


O khol é um tambor com um corpo de barro oco, com tambor em ambas as extremidades, um muito menor que o outro. as cabeças dos dois lados são feitos de pele de carneiro, e são três camadas e tratadas com um círculo de cola de arroz, cola e ferro conhecido como syahi .
o couro usado nas cabeças do Khol e tiras são feitas de peles de carneiros e cabras abatidas aos milhares em Kolkatta durante o festival de Kali Puja sendo adquiridos clandestinamente pelos fabricantes desses instrumentos de percussão. muitas peles vem também de Bangladesh. 
Alguns instrumentos modernos são feitos com um corpo de fibra de vidro e cabeças sintéticos,
para suprir a demanda do uso de instrumentos percussivos sem ultilização de materia prima animal.

O tambor é usado para acompanhar Bengali, Oriya kirtans por poetas medievais como Chandidas , Govindadasa e Gyanadas . Também é usado para acompanhar Gaudiya Nritya, uma das nove danças clássicas indianas (reconhecidas pelo Ministério da Cultura e não reconhecidas pela Sangeet Natak Academi).
Na Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON, "Hare Krishnas") e nas sociedades Gaudiya Vaishnava, o khol é o principal tambor para bhajan e kirtan.





A cabeça menor (o dayan) e a grave, cabeça maior (o baya) normalmente é estendido em 3 camadas e amaradas com couro. No centro da pele é colocado uma pasta de arroz, cola e pó de ferro conhecida como o syahi. O tambor é tocado com palmas e dedos de ambas as mãos.





















Tutoriais para aprender a tocar KHOL em Inglês.

http://www.kksongs.org/khol/index.html

Raja Singh

sitar kharaj pancham portátil